Derrubando Mitos

Desvendando as grandes fraudes históricas


Antecedentes
Textos do livro Programa Apollo e Outros Mitos, capítulos 8, 9, 10 e 12.

A seguir serão apresentados os Antecedentes, sendo principalmente fatos mostrando as origens e os envolvidos nos projetos de viagens espaciais, desde o começo do século XX até a implantação do Programa Apollo. Acrescentamos alguns relatos e fotos interessantes que não fazem parte do livro.



8. Antecedentes
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O livro de ficção científica de 1865 Da Terra à Lua, de Júlio Verne, descreve que três viajantes foram arremessados até a Lua em um gigantesco projétil de canhão e entraram em uma órbita ao redor dela. O destino desses viajantes foi inicialmente descrito em outro livro. O escritor inglês H. G. Wells, escreveu o livro Os Primeiros Homens na Lua,, publicado em 1901. O livro relata que dois aventureiros foram à Lua em uma nave esférica com propriedades de antigravidade, e lá encontraram estranhas criaturas.

De 1930 a 1950 as histórias em quadrinhos eram muito populares e as ficções com aventuras espaciais apresentavam três personagens como heróis: Buck Rogers (criado em 1928), Brick Bradford (criado em 1933) e Flash Gordon (criado em 1934). As aventuras também foram adaptadas para seriados na TV. Em 1935 a série Brick Bradford ganhou uma máquina do tempo no formato de um pião.

O filme Destination Moon de 1950 incluiu um desenho animado do Pica-Pau explicando a ação da gravidade sobre o lançamento do foguete. Outro filme dos EUA, Rocketship X-M, também de 1950, descreve que um grupo de astronautas é enviado à Lua, mas uma chuva de meteoritos os desvia em direção a Marte.

Da ficção aos planos da conquista do espaço

Wernher von Braun (1912–1977) foi um engenheiro alemão, que pertenceu ao Partido Nazista e à SS. Ele foi o principal cientista responsável pelo desenvolvimento do foguete alemão V-2, que durante a segunda guerra mundial provocou grande destruição na Inglaterra. Após a guerra ele foi levado aos Estados Unidos, onde sua atuação mais destacada foi de comandar o desenvolvimento de foguetes e divulgar suas ideias sobre viagens espaciais.

Livro de von Braun

Em 14 mai. 1950, o jornal The Huntsville Times, da cidade onde von Braun morava, apresentou a seguinte manchete (traduzida): “O Dr. von Braun diz que os voos de foguetes para a Lua são possíveis”.

A Estação Espacial imaginada por von Braun

De 22 mar. 1952 a 30 abr. 1954, a revista Collier’s Weekly publicou uma série de artigos que tratavam do futuro da chamada ‘conquista do espaço’. Os artigos foram publicados em oito edições, escritas por von Braun e mais quatro especialistas reunidos para discutir ‘realisticamente’ o espaço e oferecer um plano para a exploração espacial. Os artigos de Von Braun forneceram descrições detalhadas de espaçonaves e veículos de lançamento e as imagens foram feitas por desenhistas especializados.

Em 1952 von Braun escreveu um desses artigos, com o título de Crossing the Last Frontier (Cruzando a Última Fronteira), que começou assim (traduzido):

Cientistas e engenheiros agora sabem como construir uma estação no espaço que circularia a Terra a 1.075 milhas (1.730 km) de altura. O trabalho duraria 10 anos e custaria duas vezes mais do que a bomba atómica.

Von Braun mencionou no artigo que, de acordo com a opinião de muitos especialistas, uma estação espacial com diâmetro de 250 pés (76 m) poderia ser construída peça por peça levadas por foguetes e faria uma volta em torno da Terra a cada duas horas com a velocidade de 15.840 milhas por hora (25.490 km/h) – 20 vezes a velocidade do som – mas os tripulantes não notariam isso.Segundo von Braun: “A partir dessa plataforma uma viagem à Lua seria apenas um passo, conforme os cientistas calculam distância no espaço”.

O foguete imaginado por von Braun

Havia o desenho de um enorme foguete de carga com três estágios que teria a altura de um prédio de 24 andares e pesaria cerca de 7 mil toneladas

Von Braun descreveu sua ideia do primeiro voo tripulado à Lua no artigo Man on the Moon: The Journey (Homem na Lua: A Jornada), Eis dois trechos traduzidos:

Por cinco dias, a expedição acelera através do espaço na sua viagem histórica – 50 homens em três naves de mau aspecto, lançam-se para o grande desconhecido.
Vamos mostrar como iremos à Lua. Nessa expedição pioneira, 50 cientistas e técnicos, sairão da estação espacial em três naves de mau aspecto, mas altamente eficientes. As naves não serão aerodinâmicas, pois toda viagem será no espaço, sem o ar para dificultar o movimento. Duas naves serão carregadas com propelente para os cinco dias da jornada na distância de 239.000 milhas (384.000 km). A terceira nave, que não retornará, terá apenas propelente para a ida e o espaço extra será utilizado para guardar suprimentos e equipamentos destinados aos cientistas durante seis dias.

Nave proposta em 1952 por von Braun para viagem à Lua
Detalhe da capa da revista Collier’s de 1952-10-18 - Man on the Moon – 01

Na viagem espacial, os foguetes atingiriam a velocidade máxima de 19.500 milhas por hora (31.300 km/h) cerca de 33 min após a partida. Então os propulsores seriam desligados e os foguetes seguiriam o resto do percurso até a Lua e somente seriam ligados novamente na alunissagem. Cada foguete teria a altura aproximada de 160 pés (49 m). Na parte superior de um dos foguetes haveria uma espécie de esfera enorme de 6 andares para os tripulantes, que estariam com roupas comuns e cuidando de seus afazeres como se estivesse na Terra. A esfera recebeu a denominação de personnal sphere (esfera do pessoal). O foguete destinado à carga levaria 10 homens e iriam 20 homens em cada um dos dois foguetes destinados a passageiros, totalizando 50 homens na missão.

Atividades de von Braun até 1959

Entre 1950 e 1956 von Braun comandou uma equipe de desenvolvimento de foguetes do Exército em Huntsville, no Alabama, resultando no foguete Redstone.

Em 1954, depois de se encontrar com Walt Disney, von Braun foi trabalhar nos estúdios Disney, inicialmente para lançar três filmes sobre exploração espacial. O primeiro filme foi Man in Space, que foi ao ar pela TV em 1955, obtendo a segunda maior taxa de audiência da história da televisão dos EUA. No filme, von Braun mencionou que, se começassem a construção do foguete (semelhante ao descrito por ele na revista Collier’s) imediatamente, em 10 anos seria possível enviar astronautas em um voo orbital ao redor da Terra. Houve um outro filme de 1955 em que von Braun comenta sobre a trajetória que as naves devem seguir para irem à Lua.

Em 1956, foi criada em Huntsville a Army Ballistic Missile Agency (ABMA) (Agência de Mísseis Balísticos do Exército) e von Braun foi nomeado seu diretor técnico. Em 1959 ele publicou um livreto, condensando e atualizando os episódios do trabalho anteriormente publicado na This Week Magazine, apresentando suas ideias sobre um primeiro pouso tripulado na Lua.

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9. Os projetos até 1961
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A corrida espacial

Em 4 out. 1957 a União Soviética lançou o satélite Sputnik 1 e em novembro desse ano lançou o Sputnik 2 com a cadela Laika. O lançamento do satélite americano Vanguard não foi bem sucedido. O Jet Propulsion Laboratory (JPL) de Pasadena, Califórnia, pertencente ao exército, assumiu o comando do projeto e houve um lançamento bem sucedido em 31 jan. 1958, colocando em órbita o primeiro satélite dos EUA, o Explorer 1. Há relatos de que esse satélite na verdade foi um fracasso.1

Todos esses satélites eram parte do Ano Geofísico Internacional, que visava aprimorar a cooperação entre as nações, mas os lançamentos de satélites se tornaram uma espécie de referência sobre o progresso dos dois sistemas políticos contrários e iniciaram a chamada “corrida espacial”.

Wernher von Braun - Missileman, segundo a revista Time

A revista Time de 17 fev. 1958 apresentou na capa o rosto de von Braun, ao lado de uma imagem de um míssil sendo lançado, apenas com o texto Missileman von Braun (Homem míssil von Braun). Ele fez jus ao título por apresentar na época algumas ideias sobre uso militar de foguetes e satélites, mas que não foram aceitas pelo governo. Abaixo temos uma das sugestões dele:

Em abr. 1958, von Braun e Medaris disseram ao Comitê de Ciência e Astronáutica da Câmara que os Estados Unidos deveriam desenvolver a capacidade de transportar rapidamente soldados e materiais para “os campos de batalha dispersos e velozes do futuro”. Três ou quatro soldados no cone do nariz de um foguete e, por fim, um exército instantâneo poderia chegar do céu para lançar um fogo em algum problemático local remoto. A ideia não fazia sentido algum, mas, vindo de von Braun, parecia aos entusiastas de foguetes como o evangelho. O plano do pelotão foi ridicularizado pelo exército, mas isso não importava, já que von Braun entendia melhor do que qualquer um que, enquanto os foguetes eram maravilhosos, eram os homens-foguetes que agitavam os miolos das pessoas comuns.1

A criação da NASA e os outros voos

Em 1958 o engenheiro aeroespacial Robert ‘Bob’ Gilruth (1913–2000) liderou um grupo de especialistas da agência espacial NACA para definir um plano para colocar um astronauta americano em órbita da Terra. A NASA (National Aeronautics and Space Administration) foi criada em julho e oficialmente constituída em out. 1958 quando ela incorporou a NACA recebendo também todos os projetos e o pessoal do JPL do exército, a fim de continuarem a desenvolver mais projetos. Gilruth recebeu a responsabilidade de comandar o Projeto Mercury e chamou seu grupo de trabalho de Space Task Group.Em 1960 a NASA inaugurou o Marshall Space Flight Center perto de Huntsville, no Alabama e a equipe de desenvolvimento da ABMA liderada por von Braun foi incorporada e transferida para

Em 28 fev. 1959, os EUA lançaram o primeiro satélite Discoverer, (também chamado de Corona) supostamente para fins pacíficos, mas que secretamente deveria ser um satélite espião. Vários outros desses satélites foram lançados na sequência. Esses satélites não eram de responsabilidade da NASA e sim de uma agência do governo chefiada por um general, enquanto que o responsável pelo lançamento desses satélites era um membro da CIA.2

A União Soviética em 1959 enviou a nave Luna 2, que se chocou contra a Lua e a Luna 3 que contornou a Lua, obtendo fotos do seu lado oculto. Esses voos iniciaram o seu programa Luna (ou Lunik) destinado a enviar à Lua naves não tripuladas e que também teve algumas missões mal sucedidas. A nave Luna 16 pousou na Lua em 1970 e depois retornou com amostras.

Os projetos de voos tripulados à Lua até 1960

O Projeto Lunex, segundo a Wikipédia em inglês, foi um estudo de 1958 feito pela Força Aérea dos EUA sobre a possibilidade de enviar expedições tripuladas para criar uma base subterrânea para 21 pessoas na Lua. Segundo um artigo do site airspacemag.com, o projeto foi anunciado em 1961, quatro dias após o presidente Kennedy ter anunciado a intensão de enviar homens à Lua. Depois disso, não se falou nada oficialmente a esse respeito.

O projeto A119 de 1968, também da Força Aérea dos EUA, previa detonar uma bomba atómica na Lua que seria visível a olho nu da Terra. O projeto foi rapidamente cancelado principalmente devido à provável reação popular negativa.

O Projeto Horizon, de 1959, do grupo de Von Braun da ABMA, visava montar uma base ao mesmo tempo científica e militar na Lua. Segundo a Wikipédia, Project Horizon (em inglês), as estimativas eram de que seriam necessários 147 foguetes Saturno A-1 para levar componentes para montar uma estação espacial em órbita ao redor da Terra, que seria usada para lançar foguetes à Lua. O projeto foi rejeitado pelo Presidente Eisenhower.

O foguete Nova foi um projeto da Força Aérea dos EUA visando enviar uma nave tripulada à Lua e esse plano foi apresentado ao Presidente Eisenhower em jan. 1959. Seria o maior e mais pesado foguete que já existiu, mas ficou decidido em 1961 que no Programa Apollo seria usado o Saturno V para o lançamento. Mesmo assim, os estudos sobre o foguete Nova continuaram e, a partir de 1962, três empresas aeronáuticas foram incumbidas de apresentar suas versões, o que resultou em alguns projetos de foguetes enormes, também visando a seu uso em missão tripulada com destino a Marte.

As especulações sobre missões interplanetárias tripuladas

As especulações aumentaram a partir do 1º semestre de 1959, quando a NASA formou um grupo de 9 engenheiros de diversos departamentos e mais o líder do grupo, Harry Goett, para debater a questão das viagens espaciais. O relatório final do grupo mencionava que os planos para viagens tripuladas à Lua deveriam ser iniciados e que isso seria uma espécie de preparativo para as viagens interplanetárias tripuladas. George Low, na época chefe do departamento de voo espacial, queria que as missões pousassem na Lua e para isso ele planejava usar o foguete Saturno do exército. Um grupo liderado por von Braun desde 1957 realizava estudos sobre missões tripuladas à Lua. Durante a última metade de 1959, von Braun também estudou a possibilidade de usar o foguete Saturno em missões de pouso lunar, tripuladas e não tripuladas.


“Um satélite tripulado para orbitar ao redor da Lua poderia ser lançado da superfície terrestre, mas, com o atual estado da arte (the present state of the art), alguma outra técnica terá que ser usada para um pouso lunar tripulado”. Essa foi a conclusão de um relatório de 1959, que chegou à mesma conclusão de outro relatório anterior. A intenção era acabar com as especulações inúteis sobre voos espaciais tripulados visando pousar na Lua.

Apesar do relatório de 1959 declarar, com outras palavras, que a NASA não sabia como executar um pouso tripulado na Lua, von Braun retornou ao tema, ao publicar o livro First Men to the Moon. O foguete teria cinco estágios como mostram as imagens. Nota-se que não há uma proporção razoável entre os estágios iniciais e os finais, comparado com o conjunto usado na Apollo 11, por exemplo, onde os estágios iniciais eram muito maiores. Essa desproporção fica mais evidente ao ler um artigo da revista Life de abril de 1962. O artigo explica que, com os foguetes existentes na época, a proporção entre o peso total a aterrissar na Lua e o peso do combustível necessário no foguete para uma missão seria de 1:100.

1 - Lançamento do foguete e separação do 1º estágio

2 - Descida na Lua, subida do 4º estagio e o 5º estágio na Terra

Em jul. 1960 a NASA anunciou o Programa Apollo e continuou o debate sobre como colocar astronautas em órbita ou pousar na Lua.

De set. 1960 a mai. 1961 a NASA selecionou três empresas especializadas para que fizessem projetos das naves para o Programa Apollo, que seriam lançadas de um foguete com destino à Lua. Ao mesmo tempo, a NASA continuou com seus próprios projetos sobre esse tema. As empresas apresentaram seus projetos, mas que não foram aproveitados porque houve um importante acontecimento que mudou o rumo dos projetos em mai. 1961, como veremos.

Notas
1. Conforme tradução de trecho do livro de Gerard Degroot, Dark Side of the Moon, N. York U. P. pg. 93, de 2006.
2. De acordo com Gerhard Wisnewski, One Small Step? The Great Moon Hoax, pg. 121-123, de 2008.
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10. Os envolvidos no Programa Apollo
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Em 20 jan. 1961 John Kennedy (1917–1963) tomou posse como o 35º presidente dos Estados Unidos, sendo Lyndon Johnson o seu vice-presidente.


Antes de sua posse, Kennedy nomeou o professor de engenharia elétrica Jerome B. Wiesner para revisar tudo referente a mísseis e projetos espaciais, o que resultou no “relatório Wiesner” que criticava a NASA, especialmente o gerenciamento do Programa Mercury e o favorecimento de voos espaciais tripulados ao invés de programas científicos não tripulados, exigindo uma competência técnica muito maior da NASA e uma redefinição de objetivos. Em fev. 1961 Wiesner foi nomeado presidente do Science Advisory Committee (Comitê Consultivo Científico) e insistiu nas críticas sobre esse tema. O administrador da NASA, Thomas Glennan, pediu demissão, que foi efetivada justamente no dia da posse de Kennedy.

A influência de Wiesner logo diminuiu, pois, antes de sua posse, Kennedy transferiu a responsabilidade pelas questões espaciais ao vice-presidente Johnson, antigo defensor dos programas espaciais no Congresso, e idealizador da legislação de 1958 que criou a NASA. Johnson foi nomeado para chefiar o Conselho Nacional de Aeronáutica e Espaço, que no governo anterior era chefiado pelo presidente da república.

Wiesner preferia um cientista-engenheiro respeitado e de comprovada experiência para ser o novo administrador da NASA, mas Johnson procurou um administrador que fosse politicamente experiente. Coube a Kennedy nomear James Webb, que tinha esse perfil. Provavelmente tudo seria melhor, especialmente nas questões de gastos e credibilidade, se as diretrizes de Wiesner tivessem prevalecido.

Em 12 abr. 1961 a União Soviética lançou a nave Vostok I, levando o astronauta Yuri Gagarin que efetuou uma histórica volta em órbita da Terra, a 315 km de altitude, em um voo de uma hora e 48 minutos. 8 dias após esse voo, Kennedy perguntou a Johnson como os soviéticos poderiam ser batidos na corrida espacial. Talvez para tentar responder à pergunta, ainda em abril o administrador da NASA, James Webb, e o vice, Dryden, foram chamados à Casa Branca e Dryden disse a Kennedy o seguinte (traduzido):

"Francamente, não há como alcançar os soviéticos em voos orbitais. Uma ideia melhor seria anunciar um programa da mesma escala do Manhattan Project que produziu a bomba atómica. Só que o objetivo desta vez seria colocar um homem na Lua nos próximos 10 anos."

Em 29 abr. 1961 von Braun enviou uma carta a Lyndon Johnson, respondendo algumas perguntas feitas duas semanas antes. Entre outras respostas, von Braun escreveu que acreditava que entre 1967 e 1968 os EUA poderiam enviar homens para pousar na Lua em uma nave e retornar com segurança.

O Projeto Mercury

Em 5 mai. 1961 o Projeto Mercury enviou com sucesso Alan Shepard em um voo sub-orbital de 15 min usando um foguete Redstone e continuou com outras missões até 1963. Na volta para a superfície terrestre, a cápsula atingiu alta velocidade que superaqueceu a parte inferior, mas ela foi fabricada com materiais apropriados. Essa parte era pesada e se mantinha voltada para baixo durante a descida, que está ilustrada a seguir.

Fotos do vídeo: Freedom 7 Alan Shepard - 1st American In Space - Ø KSP

À esquerda está a representação da descida da cápsula com o superaquecimento. À direita está a cápsula descendo, primeiramente com paraquedas menor, e depois com paraquedas maior. O Módulo de Comando do Programa Apollo se baseou nesse sistema, mas no local de onde sairiam os paraquedas deveria ser possível montar o mecanismo de acoplamento e também possibilitar a passagem de astronautas entre os módulos. Além disso, havia também dois tipos de tampas, uma cônica e outra reta, sendo que cada uma deveria estar montada nesse local em determinada etapa da missão.

Em 8 mai. 1961, entusiasmados com o sucesso do Projeto Mercury, James Webb e o Secretário da Defesa McNamara enviaram um memorando ao vice-presidente para que o passasse a Kennedy, terminando com esta frase: “Sugerimos que seja incluída uma missão tripulada à Lua antes do fim desta década no nosso programa nacional espacial”.

A Grumman Aircraft, a NASA e Thomas Sanial

A empresa Grumman Aircraft em 15 de maio de 1961 apresentou um projeto resumido à NASA, afirmando que a missão dos astronautas à Lua era possível. É quase certo que o comentário partiu de Thomas Kelly (1929–2002). Ele foi um engenheiro que escreveu o livro Moon Lander, de 2001, com detalhes sobre a participação dele e da empresa Grumman no Programa Apollo. Ele foi posteriormente chamado de ‘pai do Módulo Lunar’. Ele trabalhou na Grumman de 1951 a 1956 e retornou em 1959.

Segundo Kelly, havia um grupo na Grumman comandado pelo engenheiro Thomas Sanial que estudava, junto com a NASA, a ida à Lua, através do Programa Apollo, criado em julho de 1960. Enquanto o Programa Apollo atraia a atenção geral, Thomas Sanial e os outros componentes do grupo não conseguiam apresentar ideias viáveis. Por causa disso, Sanial começou a faltar ao serviço, simplesmente para passear com a família. O dirigente da Grumman que os supervisionava notou o desânimo geral e levou Kelly para fazer parte do grupo.

Kelly e Sanial passaram a dividir as responsabilidades, mas somente Sanial tinha experiência em projetos espaciais. Segundo Kelly, Sanial estava destinado a grandes realizações, pois com apenas 27 anos projetou uma cápsula para o projeto Mercury, com uma solução inovadora. Por isso a Grumman ganhou a disputa contra onze competidores e foi escolhida pela NASA para a fabricação da cápsula. Entretanto, a NASA verificou que a Grumman estava sobrecarregada com outros projetos e assinou o contrato com a McDonnell.

Mesmo sem saber, Sanial e Kelly se tornaram extremamente importantes

A Grumman tinha grande chance de ser escolhida para fabricar o Módulo Lunar. Como já mencionamos, o terceiro estágio do foguete Saturno V teria de impulsionar o conjunto de módulos com os astronautas até 305 km de altitude (190 milhas), o que não chega a 1% da distância aproximada de 384.000 km entre a Terra e a Lua. Nesse momento, o terceiro estágio deveria estar com cerca de 40.000 km/h e o seu motor seria desligado. Depois disso o terceiro estágio somente acompanharia o conjunto de módulos por alguns minutos, até se separarem. Considerando a ida e a volta à Lua, mais de 99% da distância a ser percorrida deveria ser feita somente com os módulos e isso mostra a extrema importância dos projetos dessas naves.

Mesmo com as missões simuladas, seria necessário projetar naves que parecessem ter bom desempenho. Kelly se adaptou a isso e foi um entusiasta da ideia de ir à Lua. Thomas Sanial era diferente, pois ele disse o seguinte (traduzido): “provavelmente, no final do programa Apollo, as espaçonaves não seriam semelhantes às que eles estavam estudando. Isso porque, mesmo fazendo bons projetos, eles sabiam muito pouco sobre como seria um voo para a Lua”. Kelly concordou: “você está certo. Nós não sabemos nem o que não sabemos”. Em outras palavras, ninguém sabia como projetar um voo tripulado para pousar na Lua. Sanial morreu, em um acidente de carro, em dezembro de 1961. Posteriormente, criaram o prêmio Thomas Sanial, que considerou a ida tripulada à Lua como tendo acontecido.

Kennedy anunciou a ida de homens à Lua, mas logo propôs participação a Kruschev

O presidente Kennedy declarou em 25 mai. 1961 que estava determinado a enviar homens à Lua através do Programa Apollo. Em junho desse ano, ele se encontrou com o dirigente soviético Nikita Kruschev, em Viena. Kennedy queria que a União Soviética participasse do programa da ida à Lua com os EUA. Kruschev argumentou que primeiro seria necessário tratar da questão de banimento de testes nucleares. Depois disso, aconteceram algumas desavenças entre essas nações, que se estenderam durante os dois anos seguintes.

Ainda em 1961, Robert Gilruth foi nomeado diretor do ed Spacecraft Center (Centro de Naves Espaciais Tripuladas),substituiu o e Task Group,cou responsável pelo planejamento de todos os voos tripulados da NASA, recebendo mais funcionários e maiores instalações. Gilruth, tinha dúvidas sobre o Programa Apollo ter sucesso, pois raciocinava que seria necessário realizar muitos testes para superar a enorme diferença entre os projetos Mercury e Apollo. Nessa época Charles Frick tinha o cargo de Apollo Spacecraft Manager, sendo responsável pelo desenvolvimento dos projetos.

Na NASA se discutia sobre como seria a ida à Lua. O LOR (acoplamento lunar) exigia várias manobras espetaculares e perigosas no espaço, mas ele não precisaria de mais enormes investimentos, ao contrário do gigantesco foguete NOVA e do sistema EOR (acoplamento terrestre), que precisava de uma estação espacial. Podemos admitir que para a simulação da ida à Lua o LOR era o melhor sistema, mas ele era rejeitado pela maioria dos envolvidos. Em set. 1961 Robert Gilruth disse o seguinte (traduzido):

O acoplamento terrestre ou lunar irá, até certo ponto, degradar a confiabilidade da missão e a segurança do voo. Estou preocupado que os esquemas de acoplamento possam ser usados como uma muleta para alcançar as datas planejadas antecipadas para a disponibilidade do veículo de lançamento e evitar a dificuldade de desenvolver um veículo de lançamento confiável da classe NOVA.

As decisões tomadas em 1961

Ainda nesse ano a NASA desenvolveu, entre outros, o seguinte desenho com o conceito básico de um conjunto de módulos a ser acoplado a um foguete Saturno:

Projeto do Space Task Group da NASA

Esse desenho não se baseou em qualquer ideia de von Braun, nem teve a participação dele na sua elaboração. Segundo o livro Chariots for Apollo, chapter 2-3, esse ‘quase rascunho’ foi incluído no request for proposals (solicitação de propostas) enviado às empresas interessadas especialmente na implementação do Módulo de Comando, como uma a diretriz. Essa configuração era para missões tripuladas que entrariam em órbita lunar e depois retornariam à Terra. Ainda segundo o livro, esse desenho também poderia servir para o pouso lunar tripulado, mas isso seria deixado em segundo plano naquele momento. Provavelmente, ao estabelecer dessa maneira vaga como seriam as naves, ninguém da NASA sabia como poderia ser um pouso lunar tripulado e deixaram o problema sem solução nessa fase, mesmo com o início de assinaturas dos contratos para fabricação das naves e sabendo que o pouso lunar tripulado era o objetivo principal de Kennedy.

Como já foi citado, entre 1960 e 1961 a NASA tinha selecionado três empresas para que fizessem projetos referentes a missões com destino à Lua. Isso foi cancelado e houve novas licitações após a afirmação do presidente Kennedy em 25 de maio. Em 28 nov. 1961 a NASA anunciou que a North American Aviation (NAA) foi selecionada para o projeto e fabricação do segundo estágio do foguete Saturno V e também do conjunto formado por Módulo de Serviço e Módulo de Comando, que serão analisados posteriormente. Harrison Storms foi um engenheiro que participou do desenvolvimento desses projetos na NAA, onde era chamado de ‘the father of Apollo’ (o pai do Apollo). A fabricação do primeiro estágio da foguete Saturno V coube à Boeing e o terceiro estágio coube à Douglas. Embora nessa época já estivessem basicamente definidos esses componentes da missão Apollo, o contrato previa modificações e várias questões ainda não estavam definidas.O Módulo Lunar, que era um componente muito problemático, só teve o contrato definitivo para o projeto e fabricação, pela empresa Grumman, assinado no início de 1963.

“Nós escolhemos ir para a Lua” é o tema do famoso discurso do presidente John Kennedy feito em um estádio em 12 set. 1962 para uma multidão. Kennedy havia estabelecido o objetivo de pousar na Lua no ano anterior a fim de demonstrar a superioridade dos EUA na corrida espacial, mas a maior parte do povo norte-americano era contra a empreitada devido ao alto custo previsto e porque ela era apenas simbólica.

Brainerd Holmes e a oferta de comando total na NASA

Em 1961 a NASA contratou o engenheiro elétrico Brainerd Holmes (1921–2013). Holmes apareceu na capa da revista Time de 10 ago. 1062.

Capa da revista Time de 10 ago. 1962

O artigo da revista descreveu a contratação dele assim (traduzido e adaptado):

(Para Brainerd Holmes), que participou do projeto do Sistema de Alerta Antecipado de Mísseis Balísticos, era natural enfrentar (o desafio da ida) à Lua. Mas na RCA Holmes ganhava cerca de US$ 50.000 por ano, mais outros benefícios (conta de despesas, opções de ações) que as corporações bem-sucedidas concedem ao alto escalão. A NASA poderia oferecer a ele o comando total de todos os voos espaciais tripulados dos EUA, incluindo a viagem à Lua prometida por John Kennedy – e um salário profundamente reduzido para US$ 21.000 por ano.

Holmes declarou para a revista Life de 27 abr. 1962 (traduzido) “Apollo é um empreendimento técnico incrivelmente difícil”. Na época que ele disse isso, a maioria dos dirigentes importantes da NASA não aprovava o sistema LOR, mas, como citamos, a NASA já contratara empresas para a implementação da maioria dos componentes baseados nesse sistema.

Conferência em 11 de julho de 1962: A partir da esquerda aparecem:
James Webb, Robert Seamans, Brainerd Holmes e Joseph Shea.

A foto acima mostra Holmes e outros dirigentes da NASA, em uma conferência com a imprensa. Eles anunciaram formalmente a adoção do Lunar Orbital Rendezvous (LOR) no Programa Apollo, mas que os estudos da NASA com os outros sistemas continuariam a ser feitos. Aos poucos, todos aceitaram o LOR, mas, como será detalhado a seguir, a maioria dos principais dirigentes saíram da NASA antes dos voos importantes e Holmes foi um deles.

James Webb e a reorganização da NASA

James Webb reorganizou a alta administração da NASA em out. 1962 e Brainerd, que já era Director of the Office of Manned Space Flight, ficou sendo também Deputy Associate Administrator assumindo a responsabilidade direta pelos centros envolvidos principalmente em projetos espaciais tripulados (isto é, no Marshall Space Flight Center, Manned Spacecraft Center e no Launch Operations Center) que anteriormente haviam se reportado a Robert Seamans.

Ainda sobre o artigo da revista Time de 10 ago. 1062, Holmes foi descrito como um entusiasta e principal responsável pelas missões do Programa Apollo. Esta é uma frase dele nesse artigo (traduzida): "Temos que escolher algum sistema, ou é melhor fazer as malas e ir para casa". Ele tinha aceitado ganhar bem menos na NASA, provavelmente encarando a ida à Lua como um desafio profissional, mas deve ter ficado desapontado com os fatos que descrevemos.Brainerd trabalhou até a ago. 1963, quando pediu demissão da NASA.1

John Kennedy soube que a ida à Lua era muito problemática

Se o Presidente Kennedy não fosse assassinado nós teríamos pousado na Lua em 20 jul. 1969? Parece improvável. Essa é a tradução do título de um artigo (em inglês), informando que o presidente Kennedy tinha um sistema de gravação secreto instalado na Casa Branca, com microfones para gravar suas reuniões e telefonemas no Salão Oval e na Sala do Gabinete. Uma reunião gravada em fita foi em 18 de setembro de 1963, no Salão Oval, com Kennedy e o chefe da NASA, James Webb, que explicou a Kennedy que os EUA não pousariam na Lua enquanto ele fosse presidente, mesmo que fosse reeleito em 1964, como era esperado. Webb disse (traduzido): “O pouso na Lua não acontecerá até 1969”. Na gravação, pode-se ouvir a surpresa e decepção de Kennedy. Segundo o artigo, depois disso Kennedy provavelmente tentaria destinar menos verbas para a ida à Lua, o que tornaria inviável a ida à Lua em 1969.2

Dois dias após a reunião com James Webb, Kennedy novamente propôs que os soviéticos participassem de missões tripuladas à Lua. Em setembro de 1963 as relações entre os EUA e os soviéticos voltaram a ser cordiais. De acordo com o artigo First Moon landing was nearly a US–Soviet mission, Kennedy propôs enviar cientistas à Lua, “como representantes de todos os países, e não apenas de um”. A NASA considerou que a ideia de colaboração não era viável, isso apesar de que, como citamos, ninguém sabia como seria um pouso tripulado para pousar na Lua com as naves que já estavam sendo implementadas. Segundo o artigo, Kruschev chegou a pensar na ideia. O plano de colaboração não continuou após o assassinato de Kennedy, que será comentado a seguir. De qualquer forma, os soviéticos provavelmente acabariam verificando a pobreza de ideias da NASA.3

As reações de Kennedy em relação ao Programa Apollo foram aparentemente contraditórias, com discursos proclamando a determinação de realizar ida à Lua para demonstrar a superioridade dos EUA e por outro lado tentando conseguir a participação dos soviéticos nas missões.


A foto acima é de 16 de novembro de 1963, mostrando John Kennedy e von Braun em Cabo Canaveral, Flórida. Segundo o historiador John Logsdon, autor do livro (em inglês) John F. Kennedy and the Race to the Moon, “Kennedy se preparava para tomar uma decisão sobre continuar ou não com o Programa Apollo”. Longdon supôs que a visita fez Kennedy decidir continuar com o programa, mas provavelmente não foi isso que aconteceu, como mostraremos.

Nessa época, no Programa Apollo, von Braun estava se separando dos projetos dos módulos, para somente acompanhar a implementação do foguete Saturno V. Podemos supor que Kennedy soube que, como já citamos, o terceiro estágio do foguete Saturno V impulsionaria o conjunto de módulos da Apollo 11 até cerca de 305 km de altitude (190 milhas), o que não chega a 1% da distância aproximada de 384.000 km entre a Terra e a Lua. Podemos supor também que Kennedy notou que desde o fim de 1961 a NASA começou a assinar os contratos para a construção da maioria das naves do Programa Apollo, mas que ninguém sabia como seria uma viagem tripulada para pousar na Lua baseada nessas naves. John Kennedy foi assassinado em 22 de novembro de 1963.

Antes de ser assassinado, Kennedy preparou um texto com o discurso que pretendia fazer em Dallas. Na internet pode-se examinar esse texto (do discurso que ele nunca fez). A seguir mostramos trechos desse texto (traduzidos e comentados):

“Mas hoje outras vozes são ouvidas na Terra – vozes pregando doutrinas totalmente alheias à realidade, totalmente inadequadas aos anos sessenta...” A frase não podia ser uma crítica aos soviéticos, pois eles foram convidados por Kennedy a participar da ida à Lua. Podemos supor que Kennedy soube da simulação da ida à Lua e essa frase se referia a isso.

“...não há mais medo no mundo livre de que uma liderança comunista no espaço se torne uma afirmação permanente de supremacia e a base da superioridade militar". Essa frase está de acordo com a ideia de que não havia necessidade de simular a ida à Lua, pois não existiam ameaças à segurança dos EUA. Outro trecho: “Pedimos, portanto, que sejamos dignos de nosso poder e responsabilidade, que exerçamos nossa força com sabedoria e moderação”.

Esses trechos, junto com outros trechos pedindo a conciliação com os soviéticos, parecem indicar que ele iria diminuir ou parar o Programa Apollo. O texto do discurso completo é um tanto longo, mas não tem qualquer referência à ida à Lua nem ao Programa Apollo, embora Kennedy tenha tratado sobre essas questões nos últimos dias antes do assassinato, como relatamos.4

Acontecimentos após o assassinato de Kennedy

Jerome Wiesner continuou criticando a NASA, mas ele deixou a presidência do comitê após o assassinato de Kennedy. Eis duas frases dele, traduzidas e comentadas: “Alguns problemas são complicados demais para soluções lógicas e racionais. Eles admitem ideias, não respostas”. Isso corresponde a que, apesar das inúmeras ideias, a NASA não sabia como efetuar um pouso tripulado na Lua. “Não se trata mais de controlar um complexo industrial militar, mas de impedir que os Estados Unidos se tornem uma cultura totalmente militar”. Provavelmente isso se referia à obediência militar exigida dos envolvidos.,

A seguir temos alguns títulos (em inglês) de livros acusando Johnson pelo assassinato de Kennedy:
LBJ: The Mastermind of the JFK Assassination
Johnson Did It: Lbj's Role in the JFK Assassination
Murder from Within: Lyndon Johnson's Plot Against President Kennedy
The Case Against Lyndon B. Johnson in the Assassination of President Kennedy
JFK and the End of America: Inside the Allen Dulles/LBJ Plot that Killed Kennedy
Lee Harvey Oswald, Lyndon Johnson & the JFK Assassination
Blood, money & power: how LBJ killed JFK
LBJ and the Kennedy Killing
LBJ and Conspiracy to Kill Kennedy
Betrayal in Dallas: LBJ, the Pearl Street Mafia, and the Murder of President Kennedy
Blood, Money and Power: How L.B.J. Killed J.F.K
LBJ the Dallas Incident: Kennedy's Assasination
Did Lyndon Baines Johnson Arrange the Assassination of President John F. Kennedy?

Johnson prestou homenagem ao falecido Kennedy, mas logo fez do Programa Apollo uma prioridade em sua própria administração. Ele apresentou um orçamento ao Congresso apenas oito semanas após o assassinato de Kennedy. Ele propôs cortes na defesa, na agricultura e até nos correios, mas pediu mais dinheiro para a NASA.

O livro (em inglês) The Torbitt Document: Nomenclature of an Assassination Cabal apresenta explicações sobre o assassinato do presidente Kennedy. O autor trabalhou para Lyndon Johnson de 1948 a 1963. Segundo ele, o assassinato de Kennedy foi planejado e supervisionado pela Divisão Cinco do Federal Bureau of Investigation, FBI. A Divisão Cinco atuou com a Defense Intelligence Agency, DIA, que atuava em nome do Estado-Maior Conjunto do Pentágono. Diretamente sob a liderança dupla da Divisão Cinco e da DIA estava o Control Group, sua agência de política altamente secreta - o Defense Industrial Security Command. Podemos notar que Bill Kaysing denunciou a DIA, como executora da farsa. Tudo parece complicado e deve ser investigado mais a fundo, mas isso está além do nosso objetivo.

Os voos do Projeto Gemini e as missões não tripuladas

Os soviéticos lançaram em 1964 o foguete Voskhod 1, que levou três astronautas para a primeira missão orbital feita com mais de um astronauta. O primeiro voo orbital do Projeto Gemini, com dois tripulantes, foi realizado em 1965, Entre as missões não tripuladas da NASA destaca-se a Ranger 7, lançada em 1964, que chegou até a Lua.

Joseph Shea comandou, na prática, o Programa Apollo de 1963 a 1967

Em set. 1963, George Mueller assumiu na NASA o cargo de office of manned space flight e em out. 1963 nomeou o engenheiro Joseph ‘Joe’ Francis Shea (1925–1999), como manager, substituindo Charles Frick. Shea desde 1962 vinha se destacando em vários debates e era um defensor do uso do sistema LOR nas missões, que acabou prevalecendo. Na prática, Shea se tornou o maior responsável pelo Programa Apollo até 1967.

O teste fatal da Apollo 1

A missão da Apollo 1 iria testar o Módulo de Comando, CM, em órbita ao redor da Terra. Em ago. 1966 os três astronautas selecionados para a missão manifestaram a Shea preocupações com a quantidade de materiais inflamáveis. Eles tiraram uma foto em pose de oração diante de uma miniatura do CM e enviaram uma cópia a Shea. Eis a foto:

Ed White, Virgil 'Gus' Grissom e Roger Chaffee em pose de oração diante da miniatura do CM

Em 27 jan. 1967, durante um teste com esses três astronautas dentro do CM da Apollo 1, aconteceu um incêndio que tirou a vida deles. Oficialmente houve duas causas para o acidente: um problema com materiais inflamáveis que podem ter recebido alguma faísca causando o incêndio e a escotilha de saída que não abriu quando eles tentaram sair, mesmo com a equipe externa procurando ajudá-los a abrir. O acidente é polêmico principalmente porque o astronauta Grissom, que morreu no incêndio, era graduado em engenharia mecânica e fazia críticas ao projeto, tendo feito isso inclusive pouco antes do incêndio, quando estava dentro do CM. Além disso, se as missões seriam simuladas, os testes também poderiam ser simulados. Por causa do acidente, Storms foi removido do seu cargo no projeto na NAA.5

A saída de dirigentes da NASA no final dos anos 60

Vamos citar os nomes de quem comandava a NASA naquela época e algo sobre a participação de cada um no projeto e também algumas frases sobre eles. Podemos notar que ao invés de aguardar a glória de ter participado do suposto sucesso dos voos tripulados à Lua, alguns deles evitaram isso, saindo da NASA antes de voos importantes. Mostraremos também que teve dirigentes importantes que não saíram da NASA, mas procuraram se afastar das questões mais problemáticas do Programa Apollo.

Joseph Shea depois do acidente que causou a morte de três astronautas, sofreu pressões devido ao cargo que ocupava e foi considerado como tendo problemas dos nervos, mesmo tendo feito um exame psiquiátrico que o considerou normal. Em 7 abr. 1967 a NASA o transferiu para trabalhar em Washington, com uma função menos importante. Sobre essa época, posteriormente Shea disse: "era como se a NASA estivesse tentando me esconder do Congresso pelo que eu poderia ter dito". Provavelmente Shea deve ter tomado conhecimento de que as missões seriam encenadas e ele procurou se livrar de tudo aquilo. Sobre a saída dele, Michael Cassutt, no livro Astronaut Maker, 16, From the Earth to the Moon, escreveu (traduzido):

Shea deixou a agência em jul. 1967, sem dar notícias aos seus antigos colegas em Houston. Um dia ele estava no HQ (na NASA) e no dia seguinte se dirigia a Boston, para trabalhar na Polaroid (como vice-presidente).

George Low ocupou o cargo que era de Shea, mas não teve uma atuação tão destacada, mesmo porque os planos já estavam estabelecidos nessa época. A partir de dez. 1969 Low passou a cuidar dos projetos da missão Skylab da NASA.

Wernher von Braun, a partir de 1963 passou a providenciar tudo referente ao foguete Saturno V, junto com sua equipe, supervisionando as empresas contratadas para isso. Era uma tarefa com grande chance de dar certo, ao contrário das incertezas que existiam sobre o restante do projeto. Isso porque, como já mencionamos, o Saturno V deveria impulsionar os módulos com os astronautas a uma distância que é menos de 1% da distância entre a Terra e a Lua. Von Braun era o maior especialista nas questões espaciais e durante anos ele ‘instigou’ a população e as autoridades dos EUA a decidirem por enviar homens à Lua. A saída mencionada aconteceu como um fato observado e não por qualquer mudança de cargo. Ele participou dos debates que levaram à escolha do método LOR para ir e retornar da Lua. Depois disso, ele deixou de debater sobre essa parte mais complexa e arriscada do projeto. Entretanto, nem ele nem ninguém tinha como solucionar os inúmeros problemas que apareceram e que serão mostrados resumidamente mais adiante. Podemos supor que von Braun soube que o pouso tripulado na Lua seria simulado. Talvez para não ter de encenar, ele não monitorou os testes do primeiro Módulo Lunar, que deveria ser montado em um foguete, mas o módulo acabou reprovado e ridicularizado, como será detalhado em outro capítulo. Na NASA, von Braun trabalhou até 1972. A foto a seguir mostra a reação de von Braun, ao lado de outros dirigentes da NASA, durante o lançamento da Apollo 11. Alguns não mostram interesse nesse 'acontecimento histórico'.

Da esquerda para a direita aparecem:
Charles W. Mathews, Wernher von Braun, George E. Mueller e Samuel C. Phillips.

James Webb (1906-1992) tinha formação superior na área de educação. Antes de entrar na NASA, ele trabalhou em cargos técnicos de outras áreas. Ele foi o administrador da NASA de 1961 até out. 1968 quando renunciou ao cargo, um pouco antes da data prevista para o primeiro voo tripulado do Programa Apollo. Gilruth procurou explicar o motivo disso: “James Webb se aposentou porque ele sentiu que não poderia enfrentar outra tragédia potencial após o incêndio da Apollo 1 em jan. 1967”.6

Robert C. Seamans, Jr. (1918–2008) foi um engenheiro que descreveu sua atividade na NASA assim: “Havia um gerente geral para toda a pesquisa, desenvolvimento, fabricação e operações. Era chamado de administrador adjunto. Esse foi meu trabalho de 1 set. 1960 a 5 jan. 1968”. Seamans comandou na prática o Programa Apollo, isso antes e após Holmes e Shea deixarem a NASA, segundo consta nos relatos a respeito. Ele pediu demissão da NASA em jan. 1968 e foi trabalhar como professor no Massachusetts Institute of Technology (MIT).

George Edwin Mueller (1918–2015) foi um engenheiro eletricista que exerceu o cargo de office of manned space flight (administrador associado para voos espaciais tripulados) na NASA de set. 1963 a dez. 1969. Segundo a Wikipédia em inglês, ele introduziu um método de testar foguetes montados que teria assegurado o sucesso da Apollo 11. Ele pediu demissão da NASA em 10 nov. 1969 e posteriormente alegou que saiu porque pretendia trabalhar na indústria privada.

Samuel Cochran Phillips (1921–1990) foi um General com formação superior como engenheiro eletricista, que recebeu um convite de Mueller para trabalhar na NASA e em 1963 recebeu o cargo de director of NASA's Apollo manned lunar landing Program (diretor de pouso lunar tripulado do Programa Apollo). Nessa época Phillips exerceu sua função com entusiasmo, como mostra a seguinte declaração dele: “Estou no nível que conhece todas as coisas que você precisa saber para tomar uma decisão importante. Abaixo do diretor do programa, não há ninguém que tenha a visão completa. Acima do diretor do programa, os homens têm tantas outras responsabilidades”. Em um pequeno jantar antes do lançamento da Apollo 10 (em 18 mai. 1969), von Braun, diretor do Marshall Space Flight Center em Huntsville, Alabama, citou o General Phillips como “o maior responsável por providenciar as muitas peças do Programa Apollo, juntá-las e fazê-las funcionar na hora certa”. Isso seria um elogio se a missão realmente tivesse acontecido, caso contrário seria um comentário incômodo. Ainda em 1969, durante a missão da Apollo 11, Phillips manifestou sua intenção de deixar a NASA e isso aconteceu em 31 jul. 1969. Ele foi trabalhar na Força Aérea dos EUA em Los Angeles.

Christopher ‘Chris’ Kraft trabalhou na NASA como engenheiro e flight director (diretor de voo) e posteriormente assumiu outros cargos com maiores participações nas decisões do Programa Apollo. Em 27 out. 1965 ele apareceu na capa da revista Time. Inicialmente, ao ser procurado pela revista, ele argumentou que deviam fazer a reportagem com Gilruth, e não com ele, mas depois concordou em dar a entrevista. Na reportagem, ele informou que na NASA ele podia ser comparado a um maestro conduzindo uma orquestra. A revista notou que Kraft tinha quase um “orgulho raivoso” do seu trabalho. Em 1972 ele assumiu o cargo de director of the Manned Spacecraft Center, substituindo Gilruth. Kraft foi responsável junto com Low, Gilruth e Deke Slayton (ex-astronauta) pela revisão de planos para a Apollo 8. Ele escreveu uma biografia de Gilruth com 21 páginas.7

Algumas décadas após ter saído da NASA, Kraft criticou a decisão feita por Kennedy, de enviar homens à Lua. Eis as frases dele sobre isso (traduzidas):

“... não sabíamos nada sobre como colocar um homem no espaço."
“Achei que o presidente Kennedy tinha perdido a cabeça."
“Tivemos um total de 15 minutos de experiência de voo espacial tripulado, ainda não tínhamos voado com o projeto Mercury em órbita e aqui está um cara me dizendo que vamos voar para a lua."

Robert Gilruth foi o principal dirigente do Programa Apollo no final dos anos 60

Gilruth, no seu retrato oficial de 1965

Em mai. 1961, após o voo bem-sucedido do Projeto Mercury, quando o presidente perguntou a ele o que deveria fazer para ser o número um (em relação aos soviéticos), Gilruth respondeu assim (traduzido):

"Bem, você tem de escolher um trabalho que é difícil – isso é novo – de modo que eles terão de começar dos rascunhos. Eles simplesmente não podem pegar seu velho foguete e colocar algo inédito ou que não podemos fazer. Tem que ser algo que exija um grande foguete – como ir à Lua. Ir à Lua vai demandar uma nova tecnologia de foguete e se você quiser fazer isso, eu acho que o nosso país provavelmente poderia ganhar porque os dois teriam de começar dos rascunhos."8

O comentário acima é parecido com o que fez Hugh Dryden, sugerindo que Kennedy iniciasse o projeto. Há outra versão sobre a conversa de Gilruth com Kennedy nesse dia:

Na conversa com Kennedy estavam Gilruth e Low, que começaram a citar um estudo completado sobre enviar um homem em órbita ao redor da Lua. Kennedy perguntou sobre a possibilidade de mandar homens para pousar na Lua. Gilruth relembrou sua reação a essa pergunta: “Eu não queria parecer pessimista e disse que isso seria um desafio muito maior”. Kennedy perguntou sobre o que eles precisariam e Gilruth respondeu: "Tempo suficiente, apoio presidencial e um mandato do Congresso". Kennedy então perguntou: "Quanto tempo?" Gilruth e Low discutiram sobre o que poderia ser necessário e deram a ele uma estimativa: "Dez anos".9

Posteriormente Gilruth comentou que, ao ouvir Kennedy anunciar o projeto de enviar homens à Lua, ficou atordoado (traduzido): “...mas eu ainda estava atordoado com o que ele estava dizendo e que íamos tentar fazer isso". Outra versão desse mesmo comentário é a seguinte: “Francamente eu estava atordoado… Eu não tinha certeza se isso poderia ser feito".10

Ainda sobre como Gilruth criticou a decisão de Kennedy, Kraft citou que, em suas recordações posteriores, Gilruth fez este comentário (traduzido): “Kennedy comprou isso. Ele era um homem jovem. Ele não tinha toda a sabedoria que nós deveríamos ter. Se ele fosse mais velho, provavelmente nunca teria feito isso".11

Como parte de uma seleção de artigos com o título de Apollo Expeditions to the Moon escritos por volta de 1975, Gilruth escreveu um texto com o título I Believe We Should Go to the Moon no qual a frase otimista do título se refere apenas ao que disse o Presidente Kennedy, pois já na introdução Gilruth citou todas as dificuldades de realizar viagens tripuladas à Lua.

Na realidade, Kennedy só seguiu os conselhos da NASA

Antes da decisão de Kennedy, a NASA já pretendia implementar viagens tripuladas à Lua. Os projetos sobre isso eram comandados principalmente por von Braun, mas Gilruth também fez projetos que, ao contrário dos de von Braun, já tinham o nome de Apollo e geraram as licitações da NASA de 1960. O objetivo inicial eram os voos tripulados em volta da Lua, mas como preparação para o pouso tripulado na Lua. O projeto de Kennedy também previa isso. Os mais importantes dirigentes da NASA eram a favor da ida de homens à Lua. Talvez mesmo sem convicção, Gilruth apoiou esse posicionamento. Entre os que eram contra a ida de homens à Lua estavam Wiesner e inicialmente até Kennedy. Os dirigentes da NASA, entre eles Gilruth, convenceram Kennedy de que a ida à Lua era possível e ele acabou concordando. Por isso não se justificam as críticas de Kraft e Gilruth, a menos que eles tenham concluído que as missões tripuladas à Lua eram inviáveis e, nesse caso, só podiam mesmo lamentar a decisão de Kennedy.

Acabou sobrando para Gilruth

Em 1961 o Marshall Space Flight Center sob o comando de von Braun tinha mais de 5.000 pessoas. A partir de 1963, von Braun e sua equipe deixaram de opinar sobre a parte mais complexa e difícil das missões à Lua, que incluía quase todo o trajeto, para cuidar apenas de supervisionar o projeto e a fabricação do foguete Saturno V. Em 1962 Brainerd assumiu, na prática, a responsabilidade pelos projetos espaciais tripulados e trabalhou até a ago. 1963, quando pediu demissão da NASA. Ainda em 1963 Mueller assumiu o cargo de administrador do programa Apollo, mas foi Shea que, na prática, assumiu o comando. Shea saiu em 1967 e Seamans teve algum destaque na implementação do projeto até sair em 1968, que foi o mesmo ano da saída de Webb. Depois da saída deles, Phillips teve algum destaque até a missão da Apollo 11 e pediu demissão ainda em 1969. Gilruth, que não era muito citado até então (considerando o cargo que ocupava), passou a ser o dirigente da NASA com maior destaque nessas missões que ele não apreciava. Segundo consta, foram realizadas outras missões, sendo uma com enredo muito dramático e três com o envio de veículos lunares junto com a tripulação. Após o término das missões em 1972, Gilruth declarou que alguns gostariam de coordenar novas missões, mas ele não. Talvez por sua aversão a essas missões à Lua, a participação dele em relação a isso é citada sem muito destaque. Ele teve uma história de grandes realizações na NASA e foi chamado de 'father of human space flight' (pai do voo espacial tripulado). Não seria surpresa se ele tivesse conhecimento de que as missões seriam simuladas. Gilruth permaneceu na NASA até 1973, quando se aposentou. Entre os deveres que ele cumpriu estava o de receber os três cidadãos da foto a seguir, que teriam voltado da Lua em agosto de 1971.


Gilruth teve uma história de grandes realizações na NASA e foi chamado de father of human space flight (pai do voo espacial tripulado). Não seria surpresa se Gilruth tivesse conhecimento do grupo que procurou secretamente denunciar as fraudes.

Notas
1. Conforme o texto de: http://www.astronautix.com/h/holmesbrainard.html
2. Conf. o artigo: If President Kennedy hadn’t been killed, would we have landed on the Moon on July 20, 1969? It seems unlikely do site: https://www.fastcompany.com/90376962
3. Conf. o artigo de 11 jul. 2019: First Moon landing was nearly a US–Soviet mission do site://media.nature.com
4. Conf. o artigo: Undelivered Remarks Prepared for Delivery at the Trade Mart in Dallas, TX, November 22, 1963, do site: www.jfklibrary.org
5. Para o debate sobre se foi ou não acidente provocado, ver o artigo: The Apollo 1 Conspiracy; did Nasa Cover Up Gus Grissom’s Death? de 11 nov. 1017, no site: https://www.gaia.com
6. Conforme texto de Christopher C. Kraft, Jr., Robert R. Gilruth 1913 - 2000, National Academy of Sciences, em inglês, pg. 13, de 2003.
7. Conforme Christopher C. Kraft, Jr. Obra citada, pg. 13-14.
8. Conforme Christopher C. Kraft, Jr. Obra citada, pg. 11.
9. Conforme Craig Nelson, Rocket Men, chap. 11 - The Fluid Front, Viking, 2009 (em inglês).
10. Conforme Christopher C. Kraft, Jr. Obra citada, pg. 12 e Andrew Chaikin, Bob Gilruth, the Quiet Force Behind Apollo, de 2016, (traduzido) do site: https://www.airspacemag.com
11. Conforme Christopher C. Kraft, Jr. Obra citada, pg. 11 e 12.
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12. As naves
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Os três métodos para ir e voltar da Lua

Houve polêmica sobre qual método seria usado para ir e retornar da Lua. Um método usaria o enorme foguete Nova. Outro método usaria uma estação espacial como a que foi imaginada por von Braun. O método escolhido foi o de acoplamento lunar, lunar orbit rendez-vous (LOR). Essa operação, que provavelmente nunca aconteceu, teria sido realizada quando os dois astronautas da Apollo que estavam na Lua entraram na parte superior do Módulo Lunar. Mediante manobras improváveis, essa nave teria entrado em órbita e se acoplado ao conjunto que permaneceu em órbita lunar.

O método LOR

Mesmo após a assinatura de contratos para a fabricação da maioria das naves, outros projetos continuaram sendo divulgados como os vistos a seguir.

Em mar. 1962 a revista Popular Mechanics apresentou um artigo mostrando a ideia de direct ascent (que será comentado mais adiante) no Projeto Apollo. As três imagens seguintes mostram como isso estava sendo imaginado:




A pobreza de ideias para a ida de homens à Lua fica evidente nos três desenhos anteriores mostrando o lançamento da Terra de um foguete com vários estágios. Depois de várias manobras de alunissagem não mostradas no desenho, aparece uma nave (basicamente um Módulo de Comando) saindo da Lua de modo estranho e inviável. Ao se aproximar da Terra o conjunto do propulsor da nave deixou de aparecer, como se essa separação fosse algo simples.



Ainda na Popular Mechanics de mar. 1962, encontramos o estranho desenho visto acima, mostrando o que seria uma alternativa ao método anterior. Seria necessária uma estação espacial formada pela união de foguetes para o lançamento da nave à Lua. Segundo o artigo, esse era o chamado plano rendezvous e os dois planos estavam em estudo. Segundo a NASA, provavelmente nenhuma decisão seria tomada antes de 1964, mas o método de direct ascent tinha preferência deles.



A revista Life de abr. 1962 mostrou outra ideia, que o artigo coloca como ‘programada’ (aceita) para o pouso na Lua, conforme a imagem vista acima.

Podemos observar que os artigos não mencionam nomes dos responsáveis pelas ideias apresentadas pela NASA, que neste caso teria somente um propulsor, o que tornaria inviáveis as manobras previstas.

O foguete Saturno V

A seguir temos um desenho do foguete Saturno V com os três módulos acoplados usados no Programa Apollo, nas missões 11 a 17 com seus estágios e módulos. O foguete tinha a altura total de 110,6 metros.

Foguete Saturno V com três estágios e os três módulos
Imagem original: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=15519167

Conforme mostra a imagem anterior, na ponta do foguete estavam montados os seguintes módulos:
Módulo de Comando, ou em inglês, Command Module (CM).
Módulo de Serviço, ou em inglês, Service Module (SM).
Módulo Lunar, ou em inglês, Lunar Module (LM).
Segundo a versão oficial, mediante manobras que serão detalhadas mais adiante, o conjunto CM + SM se acoplou ao LM formando o conjunto mostrado na imagem abaixo, que se separou do foguete e seguiu para a Lua.

Os três módulos: LM + SM + CM acoplados mostrando o sentido do voo para a Lua
Imagem modificada de: http://openhigh.org/lessons/index.html

O Módulo de Serviço (SM)
Imagem modificada de: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Service_Module_diagram.jpg

O SM carregava oxigênio, células geradoras de eletricidade (com tanques de oxigênio e hidrogênio para funcionar), quatro pequenos conjuntos propulsores e um grande propulsor.


RCS thrusters

Alguns movimentos dos módulos foram executados através do acionamento dos componentes RCS thrusters construídos pela empresa Marquardt Aerojet Rocketdyne e montados nos lados de algumas naves.

O Módulo de Comando (CM)

O CM foi projetado para manter com segurança os três astronautas durante toda a missão. Segundo a versão oficial, somente dois deles saíram do CM para descer à Lua, depois retornaram e permaneceram no CM durante toda a viagem de volta. Ao retornar da Lua, o CM teria feito um giro de 180° em pleno espaço próximo à Terra, como será descrito no próximo capítulo.

O Módulo de Comando (CM)
Foto de: https://www.davidreneke.com/apollo-11-astronauts-wrote-on-moon-ships-walls/

O Módulo Lunar (LM)

Segundo a versão oficial do Programa Apollo, o LM desceu na Lua com dois astronautas e era composto de duas partes. A parte de cima, que era uma nave (ascent stage), se separou da parte de baixo (descent stage) e levantou voo com os astronautas no final de cada missão na Lua, entrando em órbita lunar. Depois, os dois tripulantes se transferiram para o CM, que estava acoplado ao SM, e então começou a viagem de volta, enquanto o ascent stage foi descartado.

O LM composto de ascent stage e descent stage
Imagem original em: Moon Trip, Bert King, Univ. Houston, pg. 91 de 1989

Foto do vídeo: Apollo 17 Liftoff from Moon - December 14, 1972

A foto acima mostra a subida do ascent stage da Apollo 17. O propulsor, segundo consta, foi acionado no início formando um jato visível que logo em seguida deixou de ser visível.


as11-40-5915

O site www.afraudedoseculo.com.br apresenta uma foto do Módulo Lunar (LM) com duas perguntas sobre o mesmo:

Você crê que isso voa?
Você crê que aí dentro há combustível suficiente para alimentar um propulsor capaz de colocar este módulo em órbita?

Nos próximos capítulos vamos apresentar fatos para esclarecer as perguntas acima.

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